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ORIGINÁRIOS

"Originários": Uma Ponte Entre o Passado e o Presente na Pele

"Originários" é um projeto de releitura fotográfica que explora a riqueza das pinturas corporais dos povos afro e originários, unindo a ancestralidade com as tecnologias atuais de maquiagem. As obras estabelecem uma conexão profunda entre passado e presente, revelando a força de expressões milenares sob uma nova ótica.

Para dar vida a essas criações, utilizo uma gama variada de ferramentas: tintas da Colormake, pincéis de maquiagem, pincéis de pintura de parede, esponjas e aerógrafo. Cada peça nasce de um processo intuitivo, onde busco conectar a pintura à essência da pessoa que está sendo maquiada.

Em sua essência, "Originários" é um mergulho nas pinturas corporais que, por centenas de anos, serviram como formas de proteção, comunicação, protesto e identidade para diversas culturas ao redor do mundo. É uma celebração visual da história impressa na pele.

Logo após as fotos você acompanha o texto de pesquisa realizada pelo artista.

Patrocínio: 

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"Originários": A Bridge Between Past and Present on the Skin

"Originários" is a photographic reinterpretation project that explores the richness of body paintings from Afro and indigenous peoples, uniting ancestry with current makeup technologies. The works establish a deep connection between past and present, revealing the power of ancient expressions through a new lens.

To bring these creations to life, I use a varied range of tools: Colormake paints, makeup brushes, wall painting brushes, sponges, and an airbrush. Each piece is born from an intuitive process, where I always try to connect the painting with the characteristic of the person I am painting.

In essence, "Originários" is a dive into body paintings that, for hundreds of years, have served as forms of protection, communication, protest, and identity for various cultures around the world. It is a visual celebration of history imprinted on the skin.

Right after the photos, you'll find the research text conducted by the artist.

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ORIGINÁRIOS

 

Grafismos Ancestrais na Urbe:

Uma Releitura Fotográfica por Leandro Augusto Pires

Este projeto mergulha nas raízes profundas dos grafismos africanos, afro-brasileiros e de povos originários, propondo uma releitura fotográfica inovadora na cultura urbana. O fotógrafo Leandro Augusto Pires busca revelar a beleza e a potência desses símbolos ancestrais através da maquiagem corporal, transformando rostos e corpos em telas vivas que dialogam com a paisagem das nossas cidades.

A Arte como Expressão e Conhecimento

A arte é a linguagem mais pura da sensibilidade humana, um espelho da alma que transcende o tempo. Desde as pinturas rupestres da pré-história, o homem utiliza o grafismo para expressar sua percepção do mundo e sua própria existência. Neste projeto, a fotografia se torna um portal, capturando a essência desses grafismos e transpondo-os para uma nova dimensão, tornando a arte um poderoso canal de aprendizado e autoconhecimento.

Maquiagem: Um Legado Milenar de Expressão

A maquiagem, que remonta ao Egito Antigo (por volta de 3.000 a.C.), vai muito além da estética. Ela surge como uma forma de expressar a alma, proteger o corpo e celebrar a beleza. As pinturas nos olhos, feitas com Kohl, não eram apenas adornos; eram um reflexo de identidade e um escudo contra as adversidades do deserto. A própria estética, como disciplina filosófica que estuda a beleza, floresceu na Grécia Antiga, solidificando a maquiagem como parte intrínseca da cultura cosmética mundial.

A Beleza em Constante Evolução

O conceito de beleza é fluido e multifacetado, reinventando-se a cada época e em cada cultura. Das estátuas gregas aos retratos renascentistas de Da Vinci, das mulheres de Gauguin às manifestações contemporâneas, a beleza sempre desafiou e inspirou artistas e pensadores. A estética, desde tempos imemoriais, desempenha um papel vital ligado ao bem-estar, à sedução e, inegavelmente, à arte.

Arte-Educação e os Povos Originários

Este trabalho é um convite a um diálogo cultural vibrante entre as culturas africanas e originárias, mediado pelas artes visuais. Através da fotografia e da arte-educação, Leandro Pires busca construir um conhecimento plural, enriquecendo o ensino de arte no Brasil e valorizando a pesquisa contínua como ferramenta fundamental para a compreensão das diversas linguagens artísticas.

A pesquisa aprofundada em grafismo corporal fascinou o artista pela precisão dos traços e seus profundos significados. Manifestações indígenas de povos como Xerente, Yanomami, Kadiwéus, Kayapós-Xikrin e Assurini são fontes de inspiração, revelando a riqueza de uma cultura muitas vezes esquecida pela historiografia tradicional, que privilegia a arte europeia. Leandro Pires propõe resgatar e levar esse conhecimento ancestral para exposições e espaços culturais de arte-educação, especialmente nas galerias de São Paulo, dando o devido reconhecimento à arte indígena.

A formação étnica do povo brasileiro, como ensinado por Darcy Ribeiro, é uma fusão de indígenas, africanos e europeus. Neste caldeirão cultural, surgiram conflitos, mas também uma rica tapeçaria de expressões. Ao revisitar os grafismos indígenas e as manifestações religiosas dos povos escravizados, este projeto busca traçar as conexões entre religiosidade, espiritualidade e a cultura urbana brasileira.

A Força da Arte Africana e Afro-Brasileira

A arte afrodescendente é uma poderosa manifestação da construção do corpo como modo de produção social, histórica e cultural. O corpo não é apenas biológico; ele revela uma estrutura social profundamente enraizada na herança socioeconômica. A imagem corporal, neste contexto, afirma uma identidade coletiva e resiliente.

Leandro Pires mergulha na cultura e arte popular, explorando suas diversas matrizes e influências, como as dos povos bantos e sudaneses que moldaram a cultura brasileira. Essas influências se manifestam na visão cosmogônica e na sacralidade presentes, por exemplo, na religião dos Orixás, com sua rica cultura material e imaterial.

A experiência do sagrado é atemporal; os povos mantêm vivas suas tradições através da atualização de mitos e ritos. A arte popular, impulsionada por Leandro Pires e expressa na relação com os modelos, é uma visão poética que se materializa no instante em que é percebida e promovida. A funcionalidade desse trabalho reside na própria fotografia como um artefato artístico completo. Leandro Pires segue pesquisando elementos singulares da cultura popular, utilizando a maquiagem para registrar a memória e a herança cultural dos povos da Diáspora negra e originária, em uma poderosa releitura fotográfica que se manifesta na vibrante cultura urbana de São Paulo.

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